A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) promoveu dias 20 e 21 de setembro em Campinas (SP) a primeira convenção presencial do setor desde o início da pandemia. A ideia do 55º encontro, realizado em um centro de convenções acoplado a um hotel, foi discutir o conceito de “coopetição”, que une as palavras competição e cooperação, estratégia mercadológica que busca resultados positivos para todos através de cooperação mútua.
Cerca de 400 representantes de 200 empresas e associações do setor participaram do evento, cuja abertura teve como principal atração a palestra do empresário Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração da Península Participações e membro dos Conselhos de Administração do Grupo Carrefour e do Carrefour Brasil.
– A Abras entende que a pandemia reforçou a necessidade de um esforço coletivo de colaboração entre os envolvidos para que avancemos em nossos objetivos de modernização e implantação de uma agenda positiva para o setor – disse João Galassi, presidente da Entidade.
O evento teve uma palestra com os criadores do conceito da ‘coopetição’, os norte-americanos Adam Brandenuger da New York University e Barry Nalebuff da Yale School of Management. Dante Gallian, professor titular da Escola Paulista de Medina, abordou as habilidades humanas aplicadas ao mundo corporativo para criar um ambiente de colaboração e cooperação.
A Associação Catarinense de Supermercados (Acats) contou com expressiva presença de empresários associados, sob a liderança do Presidente da Entidade, Francisco Crestani e do Presidente do Conselho Diretor, Paulo Cesar Lopes.
Lideranças de SC que participaram das palestras como debatedores foram José Koch, Presidente da rede Koch (tema ESG – Impacto social e ambiental com alto nível de governança), João Pereira, Vice-Presidente Comercial e Marketing do Grupo Pereira (tema Força das marcas) e Júlio Cesar Lohn, Presidente Executivo da Rede Brasil de Supermercados (tema coopetição).
Presente ao evento, o Vice-Presidente de Marketing e Eventos da ACATS, Alexandre Simioni, anotou que o tema principal do evento teve demonstrações e exemplos de que é possível competir e cooperar ao mesmo tempo para que todas as empresas saiam ganhando.
Simioni também registra a atenção dada hoje pelo segmento supermercadista ao crescimento de vendas por plataformas digitais. “Como muito bem mencionou o empresário Abílio Diniz, devemos ter um comportamento ´tech´ enquanto líderes das nossas empresas, porque esta tendência se consolida junto aos nossos consumidores”.
O secretário do Conselho Diretor, Jeovagner Amâncio da Silva, também presente, constatou muita eficiência no atendimento aos participantes por parte da organização do evento, uma temática bem conectada com a realidade do setor na atualidade e o encaixe do modelo híbrido de palestras presenciais e remotas na programação.
– Acredito que este modelo tem condições de ser aplicado pela demais eventos promovidos pelas regionais, caso da nossa Exposuper em Santa Catarina, viabilizando a participação de palestrantes internacionais através de telões transmitindo o sinal aos auditórios, opção mais viável do ponto de vista financeiro e também de encaixe de agendas com estas personalidades do mundo corporativo – afirma Jeovagner.
Para o empresário Paulo Cesar Lopes, o que marcou bastante na convenção é a importância deste conceito da coopetição, porque as empresas precisam se reinventar neste momento pós-pandemia.
– Essa busca de cooperação é algo que já praticamos há algum tempo diante do modelo adotado pela central de negócios que está no DNA de nossas empresas. As relações entre os segmentos são estratégicas, varejo com varejo e varejo com indústria precisam dialogar cada vez mais, trocar informações e experiências para que todos se ajustem às novas tendências praticadas pelo mercado, e, principalmente, a esse novo momento em que existe uma mudança considerável no comportamento do consumidor.
O Presidente Francisco Crestani igualmente aplaudiu a conectividade do tema central com o atual momento do setor. Para ele também chamou a atenção as inovações tecnológicas que serão adotadas no futuro bem próximo e que terão impacto no operacional de nossas lojas.
– Também captamos diversas ideias para serem adotadas em nossas atividades na ACATS, bem como na organização de eventos tais como a Exposuper. Acredito que os participantes tiveram acesso a um manancial interessante de novidades e informações para aplicarem nas suas organizações e essa realmente é a maior relevância como resultado de praticarmos o associativismo – afirmou Crestani.