Lugar de mulher é… no açougue!

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A profissional em tempos de pandemia.

O crescimento de mulheres trabalhando em açougues tem registro em várias regiões do país, Santa Catarina não é diferente. E já há profissionais experientes, com vários anos de atuação, caso da açougueira Andreia Tosatti, 36 anos, sete deles dedicados exclusivamente a esta função no supermercado Lisandra de Criciúma, loja Pinheirinho. Ela garante estar plenamente realizada profissionalmente: “Faço com amor”, resume.

Andreia chegou ao Lisandra por influência do irmão, Alexandre, também açougueiro. Ele foi contratado em fevereiro de 2014 e ela, um mês depois e desde então de lá não saiu mais. Seu aprendizado aconteceu ali mesmo, na prática. Mas ela teve um mestre muito experiente, hoje com 85 anos, seu Avelino Cichella, patriarca da família proprietária do supermercado. “Foi meu maior e melhor professor, sou e sempre serei muito grata a ele e à família pela oportunidade”, declara.

Ao longo dessa trajetória Andreia buscou aprimoramento não apenas nas práticas diárias, fez dois cursos, um profissionalizante no Senac e outro de Gestão de Açougue de Supermercados, curso da grade EAD da Associação Catarinense de Supermercados (Acats).

Natural de Marau (RS), Andreia mora há 20 anos em Santa Catarina e não foge às origens, aprecia um bom churrasco e prefere cortes como picanha, maminha, alcatra e também o granito e a costela.

No supermercado Lisandra, que tem hoje o empresário Edilson Cichellla na direção, são 11 profissionais atuando na seção de açougue, e, recentemente, mais duas femininas passaram a fazer parte da equipe junto com a agora experiente e pioneira Andreia, a Maria e a Adriana, que estão há cerca de 4 meses na empresa.

Um mix dos cortes que Andreia prepara diariamente.

Andreia evoluiu na sua atuação, hoje, além de manuseio das carnes, faz também controle de estoque, lay out e até inventário. “Acredito que o açougue não é um território exclusivamente masculino, a mulher tem plenas condições de atuar. Na hora do trabalho não tem tempo ruim e quando a peça de carne é inteira e muito pesada, tipo a metade de um suíno, a gente pede ajuda”.

Para a profissional, o que chama a atenção nos últimos anos com relação ao comportamento do consumidor é a busca da praticidade.

– Cada vez mais recebemos pedidos de carnes porcionadas específicas para determinados pratos, como assados, moídas, bifes, estrogonofe e picadinho.  As porções prontas em badejas no autoatendimento também têm bastante procura. Noto esse diferencial por parte dos consumidores. E na produção também temos uma evolução constante das carnes, a pecuária está cada vez mais focada em apresentar qualidade e assim todos nós saímos ganhando, principalmente o consumidor final que levará bons produtos para sua mesa – afirma ela.

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