Os grãos que mais interferem na formação de preços de alimentos consumidos pela população – soja, milho e trigo – indicam manutenção de preços em alta, o que afeta diretamente toda a cadeia produtora de proteínas animais e dos derivados do leite, massas e pães. As perspectivas de cada segmento neste início de 2021:
Soja
Com estoques globais enxutos e câmbio acima dos R$ 5, a perspectiva do mercado é de que a soja brasileira continue valorizada acima dos R$ 120 por saca em grande parte do país, mesmo após o início da colheita no país, que deve ganhar força a partir de fevereiro de 2021.
Milho
Os principais fatores de sustentação de alta do preço do milho são a demanda interna retomando, o dólar reagindo frente ao real e a oferta interna restrita neste momento. A colheita da safra de verão (2020/21) deverá ganhar força em meados de fevereiro próximo. Para o curto prazo, a baixa disponibilidade interna e a demanda firme pelo cereal deverão manter a sustentação dos preços no mercado brasileiro e altas não estão descartadas.
Trigo
A indústria brasileira do trigo se mantém resiliente durante a pandemia de Covid-19 e sem problemas na importação do cereal usado pelo setor moageiro. E as perspectivas são otimistas para 2021, com maior competitividade e alta nos preços pagos ao agricultor. O Brasil importa 60% do trigo que consome e as perspectivas de países produtores como Rússia e Argentina são de manutenção de preços de saca em alta. Sazonalidades de clima interferirão resultados de colheitas no PR e RS, maiores produtores nacionais.
Preços em 2020
O óleo de soja teve a maior alta de preço no ano passado, 103,79%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial que fechou 2020 com 4,52%, maior taxa desde 2016. Arroz (76,01%), leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%) também disparam no acumulado do ano passado.