A implantação do e-Social vai representar mais custo para empresas porque tornará o controle das obrigações trabalhistas e previdenciárias um processo bem mais complexo para empresas de todo os portes. Este é o principal alerta dado pela contadora e administradora Zenaide Carvalho, que ministrou curso sobre o eSocial na sede da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), nesta terça-feira (05.02) a um plenário lotado de supermercadistas.
A partir de 2014, todas as empresas brasileiras terão de se adaptar ao eSocial. O eSocial (ou folha de pagamento digital), é a sigla para o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas, e faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), lançado em 2007. O eSocial vai mudar a forma como todas as empresas do Brasil lidam com as obrigações fiscais, tributárias, previdenciárias e trabalhistas.
As exigências do novo sistema alteram o tratamento dado pelas empresas à folha de pagamento de seus empregados. Todo o processo vai para o meio digital com necessidade de preenchimento de até 44 arquivos diferentes, ampliando a complexidade e a quantidade de dados a serem disponibilizados.
Zenaide Carvalho acredita que o novo sistema possibilitará um aumento considerável na capacidade fiscalizadora – e de arrecadação – do Governo. “Não haverá mais dependência exclusiva de fiscalização presencial nas lojas, a fiscalização e as autuações poderão acontecer no ambiente eletrônico a partir das declarações apresentadas pelas empresas”.
Para a contadora, a agenda de implantação efetiva do eSocial ainda não é oficial, embora 2014 seja um objetivo do Governo. Na sua opinião, seria melhor se antes do eSocial viesse uma reforma das leis trabalhistas e previdenciárias, modernizando o processo, racionalizando procedimentos e assim permitindo mais competitividade às empresas, facilitando a geração de empregos.