O consumidor pós-pandemia está ainda mais conectado, digitalizado e, por conta da instabilidade política e econômica, também tornou-se bastante seletivo: racionalizando suas compras e buscando alternativas mais acessíveis em termos de preço. Por isso, a aposta da especialista Fátima Merlin, Fundadora e CEO da Connect Shopper, é a de um cenário desafiador mesmo para uma das datas mais relevantes do varejo: as vendas de final de ano. “É preciso fazer um planejamento bem detalhado e minucioso para uma execução extremamente eficiente, considerando o sortimento, o ambiente da loja, os serviços, a equipe, as ações de marketing, merchandising e promoções. Criatividade e eficiência são palavras de ordem”, diz.
O primeiro passo é planejar com antecedência e precisão as compras (para não ter sobras ou rupturas), prevendo o aumento da demanda dos itens padrões e, sobretudo, dos produtos específicos da época. Avaliar as tendências e as novidades é igualmente importante. Uma forma de melhorar a previsibilidade na demanda é avaliar indicadores internos, o mercado em que se atua, além dos indicadores externos.
Como alguns dos produtos da época não são comprados regularmente, o segundo passo é chamar a atenção do cliente e inspirá-lo a desejar, a querer comprar. Nesse ponto, a ambientação e a todas as ações de marketing e merchandising a serem desenvolvidas no ponto de venda são fundamentais, incluindo as promoções e ofertas, de preferência cada vez mais direcionadas e personalizadas.
O ponto de venda físico deve ser prático e resolutivo, permitindo que o cliente entre, encontre facilmente o que necessita, compre de maneira fluída e segura. “O cliente quer ter facilidade para comprar os produtos, desde a hora que chega à loja até a saída do caixa. Isso exige um PDV bem abastecido, organizado, com as categorias bem segmentadas, exposição que leva em conta como o shopper compra, sinalização eficiente, promoções inteligentes, precificação estratégica e mix adequado, entre outros fatores”, elenca a especialista.
Ela também chama a atenção para o cuidado com a ambientação da loja. “A ambientação gera uma experiência positiva no shopper. Mas é preciso estar atento, também, à nova demanda em relação aos cuidados e à proteção, para não colocar em risco a saúde”, ressalta Fátima.
– Para se destacar frente à concorrência, tente oferecer produtos diferenciados, exclusivos. Crie listas com sugestões de presentes mais acessíveis, invista em pontos extras com algumas alternativas de produtos presenteáveis e soluções para uma ceia econômica. Considere, ainda, que os shoppers querem cada vez mais informação e conteúdo rico para ter a certeza da melhor compra. Portanto, trabalhe também os seus ambientes digitais, para que sejam ágeis, com uma navegação intuitiva, sinalizando adequadamente a loja, os produtos e como finalizar a compra. A rapidez e a agilidade são drivers decisórios e atributos de extrema relevância nos meios digitais”, conclui Fátima.